Blog sobre futebol, voltado para as mulheres

Posts marcados ‘Garrincha’

Nunca houve um homem como Heleno

Hoje trago a vocês uma indicação de um livro sobre um ídolo do futebol brasileiro (ídolo absoluto do Botafogo na era pré Garrincha).

O nome do livro é “ Nunca houve um homem como Heleno”, que recentemente ganhou um filme, onde Heleno de Freitas é interpretador por Rodrigo Santoro.

A história de Heleno de Freitas é narrada pelo autor Marcos Eduardo Neves, que conta de forma simples, mas não menos interessante, as aventuras de Heleno dentro e fora de campo.

Em “Nunca houve um homem como Heleno”, o autor nos apresenta a vida desse craque, do seu gosto pela leitura, o seu temperamento irritadiço e que as vezes (muitas) o tiravam de campo, por sua paixão pela noite, rapaz de boa aparência conquistava muitas mulheres, seja por ser um ótimo dançarino, pelo seu charme ou simplesmente por ser um jogador de futebol famoso.

Antes de assistir o filme, é recomendado (e muito) que você leia o livro, que possuí uma riqueza de detalhes enorme, seja pela ditadura que se instaurava no Brasil ou pela guerra que levou alguns jogadores de futebol (como Geninho por exemplo) para a batalha.

Espero que vocês go

stem da sugestão e depois contem o que acharam do livro pelos comentário.

Até mais

@tiagosemh

@futesalto

As melhores seleções de todos os tempos – Brasil de 58 Parte 2

Confira a primeira parte deste post aqui

Semi-final

A próxima adversária do Brasil seria a forte seleção francesa, que vinha embalada de uma goleada em cima da Irlanda do Norte. Para se ter uma noção da força da seleção francesa, basta saber que ela terminou o campeonato no 3º lugar e o artilheiro da competição ( Just Fontaine ), além ter dois jogadores escolhidos para o All-Star Team ( Raymond Kopa e Just Fontaine ).

Porém, no dia do jogo, nem mesmo o mais convicto torcedor brasileiro teria apostado no resultado de 5×2 para o Brasil. Se todos ainda estavam impressionados com o desempenho do Brasil contra a União Soviética, desta vez, não conseguiam desgrudar os olhos do campo. Logo aos dois minutos de jogo ( assim como contra a União Soviética )Vavá abria o placar para o Brasil, mas sete minutos mais tarde Just Fontaine empatava o jogo (primeiro gol sofrido pelo Brasil e pelo goleiro Gilmar). Mais depois do gol de Didi, não houve chances para a França. No segundo tempo Pelé se consagrou ao marcar 3 vezes, a torcida ia ao delírio. Nem mesmo o segundo gol francês deu ânimo ao time.

NOVAMENTE O BRASIL ESTAVA EM UMA FINAL, E DESTA VEZ COM MELHORES CHANCES DE SER CAMPEÃ.

Final

A final da copa do mundo seria disputada contra a anfitriã, Suécia. A última barreira, mas nem por isso fácil de se bater, a Suécia fez uma boa campanha durante a Copa inteira, ganhando de México e Hungria e empatando com o País de Gales por 0x0. Além ter passar por cima da Alemanha Ocidental ( campeã da copa passada em cima da Hungria ).

Com toda essa trajetória, nada mais justo do que não subestimar os donos da casa, o Brasil veio basicamente o mesmo do jogo anterior contra a França, com apenas uma modificação (melhor dizendo duas, o Brasil tece de improvisar um uniforme azul, já que a Suécia tinha a preferência de uso do uniforme amarelo), entrara Djalma Santos no lugar do lateral-esquerdo De Sordi.

Depois do apito inicial… bem, depois do apito inicial tudo mais virou história. Depois de um começo de jogo onde ambas as partes apenas estudavam-se, a Suécia abriu o placar, fazendo o primeiro gol da partida, fato esse que não intimidou os craques brasileiros, começando por Garrincha, que logo em seguida obrigou o goleiro adversário a praticar uma grande defesa, depois Pelé que quase marcou aos 7 minutos.

Mas não havia o que os suecos pudessem fazer, depois de uma oportunidade perdida por Garrincha, o sempre matador e ágil Vavá se meteu entre a zaga e com muita raça empatava a partida. Deste momento em diante o Brasil já dominava a partida, Garrincha mesmo marcado por dois fazia o seu espetáculo e começava a penetrar a zaga adversária. A defesa brasileira estava impecável depois do empate, Bellini e Orlando eram os destaques, impedindo os avanços do ataque adversário. Garrincha depois de lindo lance onde se livros dos seus dois marcadores, cruza para Vavá de forma majestosa, que como sempre, NÃO PERDOAVA! Era o desempate da seleção brasileira, o Brasil conseguiu sair no primeiro tempo com a vantagem.

No segundo tempo aos 9 minutos, Pelé faria o gol ( que na minha opinião é o melhor dele, tanto pela importância, como pela jogada em si ) que praticamente matava a partida. Depois de receber um lindo passe de costas para a meta da Suécia, com o zagueiro Gustavsson correndo em sua direção para tentar tomar a bola, mata no peito a bola e sem pensar da um chapéu no zagueiro em direção ao gol, e sem ao menos deixar a bola pingar no chão num sem-pulo , manda para o gol da Suécia, marcando o terceiro gol brasileiro na partida, UM GOLAÇOOO!!! Sem dúvidas o gol mais bonito da Copa de 1958.

Depois disso Zagalo  marcaria o quarto gol brasileiro e a Suécia ainda esboçaria alguma reação com o seu segundo gol na partida, mas a partida era realmente dele, PELÉ! Faltando apenas 30 segundos para o termino da partida, Zagalo invadindo a área acha Pelé desmarcado e cruza para a mais nova estrela mundial do futebol marcar de cabeça e fechar com chave de ouro a atuação brasileira na Copa do mundo de 1958.

Ao termino da Copa, Didi foi eleito Bola de Ouro da Copa ( não é para menos com o futebol apresentado por esse maestro ), Pelé além de ficar com a bola e chuteira de prata foi eleito a revelação da Copa, sem mencionar que foi escolhido para o All-Star Team ( que contou com 6 brasileiro ).

O Brasil de 58 foi eleito até pelos grandes craques do Brasil da Copa de 70 ( creio eu que não só por eles, quem viu e quem ouve falar também deve ter a mesma opinião ) como a melhor seleção brasileira de todos os tempos.

Espero que tenham curtido o meu humilde relato, aparentemente eu acabei me empolgando e escrevi muito, mas quando se fala desta incrível seleção, palavras não bastam.

@tiagosemh

@futesalto

As melhores seleções de todos os tempos – Brasil de 58 Parte 1

Foto da final contra a Seleção da Suécia

Como disse, o meu intuito aqui é trazer um pouco sobre a história do futebol mundial, destacando as melhores seleções de todos os tempos, no post passado eu falei da excelente seleção da Hungria , hoje falarei da melhor seleção brasileira de todos os tempos ( individualmente falando ), espero que gostem.

A copa de 1958 foi marcada por muitas surpresas, por exemplo, a inscrição e classificação da União Soviética, a classificação de todas as nações do Reino Unido ( sendo elas, Inglaterra, Irlanda do Norte, País de Gales e Escócia ), a determinação da FIFA de que, nenhuma seleção se classificaria para a Copa sem antes ter disputado ao menos uma partida ( coisa que aconteceu nas Copas anteriores pela desistência de algumas seleções e acho que a maior surpresa desta edição, a eliminação nas eliminatórias da seleção Uruguaia, bicampeã do mundo e semi-finalista em 1954.

O objetivo da seleção brasileira de 1958 era apagar da memória dos brasileiros sua fraca atuação na copa passada e o vice-campeonato de 1950. Missão que no começo parecia mais difícil pelo simples fato do Brasil ter caido em uma chave com duas das favoritas para esta Copa ( Inglaterra e União Soviética ). Porém, esta Copa tinha um diferencial se comparado as duas últimas edições: Não havia um favorito absoluto, em 1954, a Hungria e em 1950, o Brasil, ou seja, bastava apenas ao Brasil ( e brasileiros ) confiar nos seus jogadores para enfrentar seus adversários como iguais.

O técnico Vicente Feola ( Técnico e eterno torcedor São Paulino ), foi o principal motivo para o Brasil conquistar a primeira ( de muitas que o Brasil conquistaria ), tanto pela escolha do esquema tático como pela escolha do elenco. A principal decisão, e talvez a mais sábia dentre tantas, foi a de levar o então menino Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé.

A seleção brasileira jogava no jogava com Zagallo atacando e voltando para marcar no meio-campo, que deu origem ao 4-3-3, esquema que fez com que o Brasil tivesse juntamente com a o País de Gales a melhor defesa do mundial, com apenas quatro gols sofridos. E na frente o trio que fez história Pelé – Garrincha – Vavá.

Grupo 4

Ao lado de Áustria, União Soviética e Inglaterra o Brasil fechava o tão temido grupo 4 ( como disse anteriormente, grupo que contava com dois favoritos ao título ).

O primeiro jogo foi com a fraca Áustria, sem Garrincha o time foi escalado no esquema 4-2-4. Como esperado o jogo correu sem surpresas, o Brasil venceu por 3 a 0, dois de Mazola ( 30m do 1º tempo e no finalzinho do 2º tempo ) e um  de Nilton Santos, vitória essa que encheu de esperanças o torcedor brasileiro.

No segundo jogo viria a primeira pedreira, a Inglaterra. O Brasil veio com a mesma formação do jogo anterior,a única mudança foi a entrada de Vavá  no lugar de Dida. Apesar do empate entre as duas seleções Vavá conseguiu se destacar e assim se tornar titular no time.

O que poderia ser considerado o jogo mais difícil do Brasil até então, estava cercado por desconfiança depois do empate contra a Inglaterra. Aquele futebol do primeiro jogo já não era mais o suficiente para convencer os torcedores, uma derrota poderia significar a desclassificação, já que a Inglaterra ainda jogaria contra a Áustria, bastando uma vitória ( caso o Brasil perdesse ) para se classificar.

Para o jogo contra a União Soviética o Brasil contou com modificações de peso para o elenco, o volante santista Zito, Pelé e Garrincha ( acompanhe o post sobre ele aqui ), entraram jogando nesta partida. Foi um espetáculo a parte a atuação da seleção brasileira neste jogo, o modo como aquele time jogava, a harmonia e o desempenho que mostravam deixaram todos boquiabertos. Zito e Didi comandavam o meio-campo, não demorando para abrir o placar do jogo, o primeiro gol saiu aos dois minutos do primeiro tempo e aos 20 do 2º, ambos gols do veloz atacante Vavá. A vitória sobre a União Soviética não só classificou o Brasil para a próxima fase como também fez com que a seleção fosse considerada uma das principais candidatas ao título desta copa.

Quarta-de-final

O próximo jogo seria contra a melhor defesa da Copa ( ao lado da brasileira ), a seleção do País de Gales. O Brasil entrou em campo com o mesmo time que jogou contra a União Soviética.

Um jogo muito difícil entre as duas melhores defesas do campeonato, só depois de 75 minutos de jogo ( 30 minutos do segundo tempo ), sai o tão esperado gol brasileiro e ainda mais pelos pés do moleque Pelé, um golaço, depois do passe de Didi ele domina no peito, passa do zagueiro com um toque sutil e depois chuta em direção ao gol. Pronto, ali saia o primeiro gol de Pelé em copas do mundo, o mundo começava a ver o futuro rei do futebol.

Esse jogo serviu como teste para o elenco brasileiro, principalmente para os mais novos, Pelé tornou-se titular da camisa 10 da seleção canarinho.

Pessoal o post acabou ficando maior do que eu esperava, então decidi dividi-lo em 2 partes, amanhã trarei a 2º e última parte ( juntamente com o post da minha amiga Josiane ).

Espero que tenham gostado até aqui, o que está por vir é muito mais emocionante. Abraços.

@tiagosemh

@futesalto

*UPDATE: Basta clicar para ler a segunda parte do texto

Alegria do Povo “Mané Garrincha”

Com seu estilo original de jogar, com seus dribles abusados e com suas jogadas divertidas ele conseguiu escrever seu nome na história do futebol brasileiro. Vamos falar um pouco da Manoel Francisco dos Santos, o famoso Garrincha.Quem gostaria de ficar famoso por ter as pernas tortas?Ele tinha uma diferença de 6 cm que separava seus joelhos. Hoje em dia com a vaidade no auge é difícil imaginar, mais isso não o incomodava. Seu estilo de jogar era irreverente e por diversas vezes voltava a driblar o jogador oponente, no mesmo lance, ainda que desnecessariamente, só pela brincadeira em si.

Sua carreira no mundo futebolístico começou no time amador, Pau Grande Esporte Clube, não teve chance de jogar logo porque, além da sua pouca idade, o técnico Carlos Pinto temia expor o garoto aos fortes zagueiros dos times adversários, por este motivo transferiu-se para o Serrano.

Depois de algum tempo, Garrincha foi tentar a sorte em algum clube da capital. Procurou o Flamengo, o Fluminense e o Vasco, mas com suas pernas tortas, não lhe deram atenção, após isso foi convidado para fazer um teste no Botafogo, seu teste encantou o treinador da época que era Carlos Pinto. No primeiro treino deixou Nilton Santos completamente louco quando jogou uma bola por entre as suas pernas e deu outros dribles incríveis. Ao término do treino o próprio Nilton Santos recomendou aos dirigentes a contratação do jogador. Eis que surge na década de 50 no Botafogo, um jovem de pernas tortas que gostava de caçar passarinhos e que fez parte do melhor time do Botafogo de todos os tempos, que contava com Zagalo, Didi, Amarildo e Nilton Santos, entre outros.

Os dribles de Garrincha levaram o Botafogo ao Título Carioca em 57 na vitória de 6 x 2 sobre o Fluminense, o Botafogo chegou ao bicampeonato carioca de 1961 e 1962.

Na maior parte de sua carreira Garrincha defendeu o Botafogo (no período de 1953-1965). Sua passagem pelo Botafogo foi gloriosa, marcou cerca de 242 gols em 614 jogos, tornando-se o terceiro maior artilheiro do clube em todos os tempos.

Defendeu a Seleção Brasileira entre 1955 e 1966, encantou a todos em 3 Copas do Mundo: da Suécia (1958) e do Chile (1962), das quais o Brasil foi campeão, e da Inglaterra (1966). Com Garrincha, o Brasil obteve 52 vitórias e sete empates. Com Garrincha e Pelé jogando ao mesmo tempo, passou a ser chamado de Alegria do Povo.

No final da carreira, jogou também no Corinthians, no Flamengo, no Olaria e em outros times brasileiros e estrangeiros. Tentou uma volta ao Botafogo de Zagalo, mas não deu certo. Em 19 de dezembro de 1973, foi realizado um jogo de gratidão para Garrincha, o Maracanã ficou lotado.

Em 1998, foi escolhido para a seleção de todos os tempos da Fifa, em eleição que contou com votos de jornalistas do mundo inteiro.

Mais a vida do craque não era apenas futebol Garrincha gostava muito de farrear. Beber era um dos seus vícios, além de mulheres. Uma artrose nos dois joelhos – uma espécie de desgaste entre o fêmur e a tíbia – acabou com a magia de Mané. Os dribles geniais exigiam muito dos joelhos. E a dor vinha a cada freada ou giro em cima do adversário.

Garrincha viveu seus últimos anos de vida marcados por uma série de episódios trágicos, tentativas de suicídio, acidentes de automóvel e dezenas de internações por alcoolismo… Levava uma vida simples, humilde e abandonado. O adeus veio aos 49 anos, depois de três casamentos e 13 filhos. Garrincha deixava um Brasil saudoso de seus espetáculos em campo. Morria a alegria do povo em 20 de janeiro de 1983 vítima de problemas generalizados causados pelo excessivo consumo de álcool. Para finalizar o Post deixo a vocês o que Carlos Drummond de Andrade escreveu sobre o gênio Mané Garrincha.

“Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é, sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho.”


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@karoldayane