O maestro da Folha Seca: Didi
Waldir Pereira, mais conhecido por Didi, é considerado um dos melhores e mais elegantes jogadores de futebol de todos os tempos. Como jogador, passou por clubes como Fluminense, Botafogo, São Paulo e Real Madrid. No Fluminense ganhou o apelido de “O Principe Etíope” dado pelo grande dramaturgo Nelson Rodrigues, que era torcedor fanático do clube das Laranjeiras.
No Botafogo de Futebol e Regatas participou daquele antológico time que contava com craques e lendas do futebol como: Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo. Ainda pela Estrela Solitária chegou a conquistar o tricampeonato carioca em 1957, 1961 e 1962.
No Real Madrid, formou um trio de ataque dos sonhos completado por Di Stéfano e Puskas. No entanto, no clube merengue, não pode mostrar todo seu futebol, segundo comentários de bastidores era vítima de perseguição pelos próprios companheiros em um movimento que era liderado por Di Stéfano.
Pelo São Paulo também não brilhou muito, o elenco era extrememanete limitado, pois o tricolor estava mais empenhado na contrução de seu estádio, do que na formação de um time forte que tivesse condições de disputar títulos. Mas, foi pela Seleção Brasileira que ele se consagrou, campeão dos Mundiais de 1958 e 1962, sendo eleito o melhor jogador deste primeiro, Didi não era somente um maestro em campo, também é o criador da “Folha Seca”, terror dos goleiros adversários, essa técnica consisitia em um poderoso chute de trivela que era tanto imprevisivel quanto fatal, considerada sua marca registrada, esse lance o acompanhou pelo resto de sua carreira de jogador profissional, ela ficou conhecida após uma partida contra a Seleção do Peru em jogo válido pela Eliminatórias da Copa do Mundo de 1958, após isso difundiu-se pelo mundo, mas nunca houve quem conseguisse executá-la com tanta destreza e classe como seu criador. O jogador ainda carrega em seu currículo a proeza de ter sido o autor do primeiro gol no Maracanã em 1950, na oportunidade ela defendia a Seleção Carioca.
Após pendurar as chuteiras, Didi investiu na carreira de técnico, tendo inclusive participado de mais uma Copa do Mundo, em 1970 foi técnico da Seleção do Peru no torneio mundial que estava sendo disputado no México, curiosamente a primeira partida na Copa foi justamente contra a Seleção Brasileira, que deu um chocolate de 4 á 2 em cima dos peruanos. Como terinador ele ainda trabalhou em clubes como: Sporting Cristal (Peru), Fenerbaçe (Turquia), Fluminense, Botafogo e Cruzeiro.Presença constante e obrigatória em todas as listas de melhores jogadores do século XX, o mestre da folha seca morreu aos 71 anos no Hospital Público Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, em 12 de Maio de 2001. Didi, foi mais um de sua geração brilhante que morreu praticamente na miséria, mas, como diria Nénem Prancha, ex-roupeiro do Botafogo e um profundo conhecedor do futebol “Quem o vê andando pela rua, mesmo sem saber quem é, diz logo: esse crioulo é algum troço na vida”.
@dai_reginato